
Companheira de Passos Invisíveis
Na curva torta da manhã que ainda sonha,
um homem sobe degraus que ninguém vê.
O céu lhe sussurra promessas antigas,
e o chão, às vezes, tenta esquecê-lo.
Carrega nos ombros o peso dos dias,
nos bolsos, sementes de um amanhã inventado,
e no peito — onde o tempo não passa —
mora uma chama que não sabe apagar.
A cada tropeço, ela se achega.
Não fala, não grita, não exige.
Apenas caminha ao seu lado,
descalça, mas cheia de luz.
Chama-se Perseverança,
e não se despede.
Ela dança com o silêncio das derrotas,
canta no compasso da esperança,
e quando o mundo parece desistir —
ela estende a mão e aponta o impossível.
Porque quem sonha com o topo das estrelas
precisa aprender a subir
mesmo quando a escada
não está mais lá.
— Luciana Oliveira