
Tesouros que Têm Nome
Há amigos que chegam como quem não quer nada,
mas ficam como quem veio salvar o mundo.
Não anunciam sua chegada —
brotam, como flores teimosas
no jardim dos dias difíceis.
São como relíquias esquecidas
em baús de memórias ancestrais,
que a vida decide devolver
nos momentos mais improváveis.
Com eles, o riso é mais leve,
a dor tem colo,
e o silêncio vira conversa.
Por isso, quem tem um amigo
não deve deixá-lo à mercê dos ventos.
Amigos precisam de cuidado,
de escuta com alma,
de abraços que digam “eu vejo você”
mesmo quando a voz falha.
São irmãos que não nasceram da mesma casa,
mas do mesmo destino.
E por serem tão raros,
devem ser guardados
com a reverência que se tem por milagres.
Porque amizade de verdade
é um dom que se cultiva
com mãos firmes e coração aberto —
um presente sagrado
que se desembrulha aos poucos,
com respeito, presença e amor.
Luciana Oliveira